segunda-feira, 18 de maio de 2009








ÂNIMO, ANIMA

Ir para a sala de aula, a cada ano letivo, está representando para mim a entrada em um campo de batalha entre a minha vontade de continuar e o desejo de desistir de uma luta (vã). Ânimo. Vamos lá. Escrever os objetivos no plano de curso, entregá-lo à gestão pedagógica e antever o LUGAR que lhe será DESTINADO, antever também a sua ineficácia diante de uma turma de alunos, em sua grande maioria, “robotizada”, perante uma palavra dita ou escrita, na tentativa de uma mobilização discursiva: “É pra copiar?”.
Resposta negativa, interesse idem.



Quem dera que o registrado naqueles papéis se tornasse, em sua concretude, uma pauta de discussões e encaminhamentos. Em relação ao ensino da língua materna, por exemplo,que a concepção bakhtiniana de linguagem, na qual a palavra é o fenômeno ideológico, por excelência, fosse realmente a orientadora de um processo interacional na construção de sujeitos socializados, cultural e tecnicamente formados em direção à sua autonomia. Não é essa a função da Educação?


Entretanto, há um processo comunicativo em sala de aula, quase sempre interrompido pelo professor/a na tentativa de se conseguir um mínimo da atenção do alun@, quando se pede que esse/a dedique menos atenção aos seus acessórios tecnológicos e participe da aula exposta. Notadamente, percebe-se que com o advento desses gadgets que vão do telefone celular a outros sofisticados aparelhos de entretenimento, mudam-se as formas de interação entre os próprios adolescentes, paradoxalmente, o silêncio é perturbador nesse contexto de fones compartilhados, suas vozes silenciadas e a nossa que não os alcançam.

E a figura do professor/a vai se transformando naquela imagem dos “evangélicos”, que perseverando em levar a palavra de Deus, não importa onde, nem quando, são tomados por uma força incomum e uma inabalável fé na “missão” de anunciar a volta do Salvador. Sabe-se também, que para muitos, aqueles/as não passam de fanáticos, alienados, ora, já não é essa a representação coletiva da maioria dos professores/as no imaginário social?

Volto a insistir na escola como o lugar do não-sentido para alguns educand@s e na sala de aula como a possibilidade de uma revolução ou o lugar da acomodação, muito bem caricaturado naquela imagem dos três macaquinhos, cada um com sua habilidade específica. Um quadro recorrente que moldura uma cena de leitura em sala, quando solicitamos ao aluno sua opinião sobre o texto que acabamos de ler. E como resposta: que TEXTO???

Ir para a sala de aula, a cada ano letivo, está representando para mim (...)


Terezinha Oliveira Santos
Professora das redes estadual e municipal de ensino de Salvador/Bahia

A Casa de D. Tiana!

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