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Mostrando postagens de 2020

De um ponto comercial e seus doces...

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Primeiramente, nos anos 70 , a mercearia ficava ali na rua Potiraguá, se localizava na esquina com a minha rua Itaberaba, depois, mudou-se para o lado oposto daquela rua e se instalou perto da casa de D. Adélia. Era uma casa comercial, com seus balcões de madeira, altos para a minha idade, de onde, em visão oblíqua, eu prestava atenção naquele senhor sempre sério a nos “despachar”. Aquele estabelecimento também representava as oscilações financeiras da minha casa. Minha mãe saía cedo para o rio Catolé, onde se juntava a outras lavadeiras em suas funções cotidianas de complemento da renda doméstica.  Meu pai, funcionário do DERBA, geralmente estava pelos trechos, longe de casa, a trabalhar. Nos dias de dinheiro escasso, minha avó, a quem chamávamos afetivamente de “mãe véia”, juntava os valores ¬ gratificações que recebia das genitoras por rezar os quebrantos das suas crianças ¬ e me encarregava de ir comprar óleo, açúcar , café , a exemplo, em pequenas quantidades, ou a retalho como be

Das recordações juninas...

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Das recordações juninas ... Há muito só restaram as lembranças de um tempo do São João,em Itapetinga. Essas recordações me levam de volta à infância e nela vejo minha mãe se preocupando com a necessidade de nossas roupas e sapatos. Assim, os meses que antecediam à festa, aqueles mais próximos, eram ritualizados pela ida à loja de tecidos e de calçados. Não que tivéssemos direito aos dois itens. Eu a acompanhava para escolher o tecido do meu vestido. Ali começava meu São João. Mesmo que essa ida às compras me trouxesse o dissabor de passar por uma ladeira íngreme, da qual eu morria de medo. Sempre me via caindo e essa visão me paralisava. Era um esforço imenso chegar à uma loja de placa pequena onde se lia o nome “Evereste”. Talvez tivesse esse nome por causa do monte. Não sei. Aquele ponto comercial, na subida e/ou descida, passou a representar para mim um dos desafios que eu deveria vencer na vida. Essas lembranças me levam a algumas ruas com suas palhas de coqueiro
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                              Carnaval de Salvador: um recado, em baianês, para os turistas “desavisados”!!! Rapaz! Se tem uma coisa que me deixa retada, é injustiça!! Aí, a mídia anuncia o carnaval de Salvador, mostrando a animação pré-carnavalesca e a pessoa vem me dizer que “ esse povo de Salvador só vive em festa”. Ora, pra bom entendedor ou entendedora, isso significa que o soteropolitano não tem o que fazer... ou aquela velha idiotice de que o povo baiano é preguiçoso. Dá vontade de “picarláporra...véi!" Sendo assim, quem é que vai limpar as merdas, os xixis derramados pelos banheiros? Quem fará a comida para abastecer a vossa barriga, quando vocês chegam aqui, tudo esfomeados, por que não conhecem fartura? Quem tomará conta dos seus filhos mimados, mal-educados? Sim, porque têm muitas mães que só suportam os filhos na hora de tirar foto... são as babás, as “mães pretas” que sempre estão a postos. Estou mentindo? Quem cuidará dos seus pets? Todo mundo adora cac
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Casal texto Em nossa vida acadêmica, somos "obrigados" a ler muitos livros . Às vezes, nessas leituras, não basta acessar a língua portuguesa. Temos que enveredar por outras compreensões das línguas estrangeiras. Isso é importante! São, também, demonstrações de conhecimento que transitam entre as relações de poder e as "fogueiras de vaidade", peculiares àquele ambiente. Entretanto, há lições, há textos que estão disponíveis no nosso cotidiano, impressos em gestos e, por pessoas comuns, pessoas ordinárias ou melhor, pessoas extraordinárias. Graças ao Orun, tenho sido abençoada porque tenho esses textos bem perto de mim e, na alfabetização, nesse processo de (con)vivência , essas pessoas têm-me ensinado lições que não cabem em nenhum livro, não podem ser traduzidas por nenhuma ferramenta, analógica ou digital, porque escritas na linguagem do amor, com caracteres invisíveis, tamanho multidimensional, Fonte sentimental, capitular. Textos que só olhos que