Consciência Negra




Os últimos dias do mês de novembro causam uma ebulição nalgumas escolas, a partir da lembrança de se comemorar o Dia da Consciência Negra. Para aquelas, organizadas pedagogicamente em torno de um projeto,discutido, avaliado, enfim, acompanhado pela grande parte de sua comunidade, aquela data está reservada para a culminância do mesmo. Outras, para não se sentirem excluídas, ou mediante a cobrança de alguns educandos desatinam a procurar em salas os rostos negros bonitos para que desfilem aquela beleza. Mas afinal, qual é a beleza negra? Como se pode avaliar quão belo ou bela é um negro(a)?





Ademais, passado o evento, os negros(as) recolhem-se à sua invisibilidade diante do ensino-aprendizagem e tudo volta ao "dantes".Nesse contexto, caberia espaço para uma mirada em torno da composição étnica que adentra a escola pública naqueles dois aspectos, ou seja, alunos e professores, e a partir da consciência de si, fosse possível pensar numa educação que levasse em conta as histórias ancestrais de negação dos povos negros e indígenas, para que se pudesse pensar noutras narrativas futuras.

A saúde da população negra, a pena de morte a que são condenados a maioria de seus jovens, as reduzidas chances de finalização da educação básica e com isso a inexpressiva porcentagem de negros nos renomados cursos universitários dos setores públicos,tudo isso e para além podem compor uma moldura discursiva que um 20 de novembro apenas não alcança e daí sim, talvez em breves tempos possamos falar de beleza, mas de quão bela é a alteridade baseada nas palavras CIDADANIA, RESPEITO E DIGNIDADE, o resto são efemeridades estéticas.

por Safyha

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